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Juros rotativos: o que são e por que você deve evitá-los

Saiba como funcionam os juros rotativos, como calcular e por que evitar essa situação nas finanças pode trazer maior segurança para o seu negócio.

Juros Rotativo

Os juros rotativos são aqueles cobrados pelas operadoras de cartão de crédito quando a fatura não é paga até a data do vencimento e a dívida só aumenta por conta de uma das taxas mais altas do mercado cobradas por conta do atraso no pagamento.

Tanto pessoas físicas quanto empresas devem usar o cartão de crédito com cuidado, pois, ao não pagar as faturas em dia, o valor devido entra no chamado crédito rotativo, o que leva aos juros rotativos.

Isso é péssimo porque é a "melhor" forma de transformar qualquer dívida em uma bola de neve, já que, atualmente, os juros rotativos representam a modalidade de crédito com uma das taxas mais altas do mercado - em média, 349,6% ao ano (dado de dezembro de 2021), segundo o Valor Investe.

Vamos entender mais?

O que são juros rotativos

O crédito disponível no seu cartão de crédito, também conhecido como limite, nada mais é do que um empréstimo oferecido pelo banco. Ao longo do mês, você pode usar esse valor para fazer compras à vontade, porém, como você sabe, esse valor deve ser pago até a data de vencimento da fatura.

Se por alguma razão você não conseguir pagar o valor total da fatura, o banco passa esse débito para a fatura do mês seguinte e cobra juros rotativos sobre esse valor. Essa operação é conhecida como crédito rotativo.

Os juros rotativos variam todos os meses e, sem dúvida, essa é uma modalidade de empréstimo com as taxas de juros mais altas do mercado. Como citado, recentemente, esse valor fechou em uma média de juros de 349,6% ao ano. Assim, para manter a saúde financeira da sua empresa, é melhor ficar longe do crédito rotativo.

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Como funcionam os juros rotativos

O Banco Central estabelece regras para o funcionamento dos juros rotativos. Até abril de 2017, os bancos podiam oferecer cartão de crédito rotativo de forma ilimitada. Por isso, as pessoas e empresas entravam no rotativo do cartão e era bem comum que não conseguissem pagar a fatura do mês seguinte, já que a dívida crescia sem parar por causa dos juros altos.

Como era muito fácil se endividar dessa maneira, o governo mudou as regras. Depois de abril de 2017, é possível usar o crédito rotativo, mas apenas por 30 dias. Caso não consiga pagar o valor total da fatura do mês seguinte, que inclui o crédito rotativo, o banco deve transferir essa dívida para alguma opção mais vantajosa ao cliente.

Algumas opções são o crédito parcelado e outras modalidades de empréstimo com juros menores.

Por que evitar os juros rotativos no cartão de crédito

Até aqui, já deve ter ficado claro o motivo de evitar essa modalidade de crédito, não é? Por ser uma das formas de endividamento com juros mais altos, quem cai nesse ciclo pode ter muitos problemas a longo prazo nas suas contas, podendo até mesmo falir um negócio. Mas como evitar os juros rotativos?

Ter controle total sobre as suas finanças é o primeiro passo. Ao usar o cartão de crédito, jamais cometa o erro de confundir limite disponível com saldo em conta. Lembre-se que o valor liberado no cartão para você é um empréstimo, ou seja, quando a fatura vier, você deverá ter o valor em conta para pagá-la.

Portanto, o controle deve ser o mesmo que para contas à vista: só compre antecipado se sabe que vai ter o valor para pagar no mês seguinte.

Se sabe que não pode pagar, não use o limite do cartão. Inclusive, defina o limite dentro daquilo que você ou sua empresa podem gastar. Você pode solicitar ao banco para reduzir o seu limite, se for o caso. Faça um plano de contas e avalie constantemente receitas e despesas para saber quanto pode ser gasto no cartão de crédito todos os meses.

Também é muito importante enxergar o cartão de crédito como um meio de pagamento, ou seja, não veja ele como as suas outras despesas com aluguel, telefone, água, luz etc.

Isso porque também é um erro registrar os gastos para controlar o orçamento incluindo o valor da fatura do cartão de crédito no meio das demais despesas. Vamos a um exemplo: suponha que você gastou R$ 1.800 no cartão de crédito. Você não tem como saber quais categorias de compras realmente estão incluídas nesse número, não é?

Assim, outra dica é detalhar esse valor e olhar para a fatura com mais cuidado, para entender o tipo de gasto que você está tendo ao usar o cartão de crédito, enxergando até mesmo oportunidades de redução de custos, ajustando as contas aos seus ganhos, para não cair nos juros rotativos.

Como calcular juros rotativos do cartão de crédito

Para calcular os juros rotativos, você precisa saber qual o valor mínimo permitido e qual a taxa de juros cobrada pelo banco. Você encontra essas informações na fatura, no contrato do cartão ou fazendo contato direto com a instituição.

Agora, entrando um pouco no mundo da matemática, sempre que falamos de juros devemos usar porcentagens divididas por 100 para facilitar os cálculos. Por isso, trabalhamos com valores na forma decimal, ou seja, 20% é 0,20 (20 ÷ 100 = 0,20).

Com os valores do banco em mãos, faça o seguinte:

  1. Diminua o valor mínimo pago do valor total. O resultado vai ser o valor que não foi pago e que volta como rotativo no próximo mês.
  2. Agora que você tem o valor do rotativo, multiplique pela porcentagem referente aos juros. Assim, você encontrará o valor que será pago em juros.
  3. Sobre o rotativo, também calcule o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) mensal e o diário, de 0,38% e 0,0082%, respectivamente.
  4. Por fim, some todos os valores encontrados. O resultado será a quantia total que terá que pagar no próximo mês.

Vamos a um exemplo prático?

Suponha um valor total de R$ 2 mil gastos no cartão de crédito, com um valor mínimo pago de R$ 250 e juros de 10% ao mês. O valor não pago, portanto, é de R$ 1750. Esse é o valor do rotativo.

Com juros de 10%, a forma decimal para o cálculo fica 0,10 (10 ÷ 100). Faça esse cálculo para todas as porcentagens envolvidas. A seguir, calculamos o seguinte:

  • Juros sobre o rotativo = 1750 x (0,10) = R$ 175 (juros) = R$ 1925 (total)
  • IOF mensal = 1750 x 0,0038 = R$ 6,65
  • IOF diário para 30 dias = 1750 x 0,000082 x 30 = R$ 4,31
  • Valor a pagar no próximo mês = 1925 + 6,65 + 4,31 = R$ 1935,96

Pensando nos R$ 250 que você já pagou na fatura mínima, um valor que deveria ser de R$ 2000 passa a ser de R$ 2185,96. E, se você não quitar esse valor com juros rotativos no mês seguinte, ele volta a ter juros sobre juros. Por isso estamos dizendo que essa dívida tende a virar uma bola de neve.

Portanto, evite ao máximo pagar a fatura mínima! Se não tiver outro jeito, faça o possível para quitar o valor com juros rotativos no mês seguinte. Ao manter as contas em dia, você pode, inclusive, começar a pensar em fazer um plano de crescimento empresarial para lucrar mais.

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